7.17.2007

amigos e "amigos"

Odeio pensar que as amizades são como as chaves de casa ou qualquer outra coisa que se perde com alguma facillidade, relativamente facil de mais! Tenho muitas pessoas conhecidas das quais gostaria de ser mais amiga e outras "amizades" que convenientemente se tornaram conhecidas, i e, estamos todos trocados! a sério, não investimos em quem deviamos, e andamos a perder tempo com quem não merece. Pois agora, faço questão de "perder" certas pessoas e encontrar outras, sem deixar é CLARO, todas aquelas que não se perdem por tolices, nem se encontram facilmente. Essas sim vão comigo para a cova!!! Sim, tu que estás a ler isto, com um sorrizinho nos lábios porque me conheces bem és uma delas!mas já tu aí que me censuras a cada palavra e com esse olhar de superioridade, tu...vê se me perdes!!!
À semelhança dos homens, os animais não parecem importar-se com os rostos que os cercam. Não se importam decerto, pois a minima semelhança com eles próprios indica-lhes que estão perante um da mesma espécie, e por isso, quando se olham, se farejam, a sua forma de comunição passa muito mais pelos sinais intuitivos, ao nível até do que nâo se vê, mas sente, cheira...
Os homens de hoje, digo eu, não se olham também, talvez a maior parte nem sinta nada na presença de um semelhante, apenas se vêem, trocam palavras, monossílabos, e assim se rodeiam, nos rodeamos, de figuras muito pouco interessantes. algumas pessoas dizem coisas sem sentido e outras com alguma lógica, mas a maior parte, nada diz que não tenha sido já dito, e o pior, o que me levava a não sair de casa por nada deste mundo noutros tempos, sem a "minha" música nos ouvidos, pois era o meu escape para encarar autocarros apinhados e metros apertados, são as palavras desperdiçadas. e por vezes estas ferem-nos, mesmo quando não nos são dirigidas com esse propósito, de tal forma são elas arremessadas, proferidas, vomitadas, a ponto do silêncio gritar por um segundo de paz...
Há quem chore nos autocarros. Eu por principio tento evitá-lo até certos dias em que me perguntam como correu o meu dia e não tenho como não desabar. vou valorizar mais as palavras a partir de agora. e o silêncio também. algures entre ele e as palavras tolas que desperdiçamos, está o sentido perdido de sermos ou de termos sido, seres falantes.

7.16.2007

acredito...vou acreditando, que tudo é facil, que não há o que temer, que nos valemos de nós e dos outros para superar enigmas de uma vivência nem sempre esclarecida. e ler nas entrelinhas, é algo que fazemos bem quando a vida se complica.
soletro o meu pensamento, a mim mesma e aos outros, entre o eu que não percebe e o eu que tem a mania que sabe tudo. enquanto um se perde em falsas encruzilhadas o outro sonha em alcançar quimeras meramente utópicas. Têm tanto um de louco, como o outro de ingénuo...são irmãos e confrontam-se, pois isso é tipico nos irmãos desde cedo, disputando sempre, ainda que por vezes veladamente, por algo ou por alguém.

e os meus devaneios, sabem a quê? à loucura de quem pretende decifrar as abstrusidades que nos caracterizam, ou não fosse o mundo e os homens criados a partir do caos do inexistencialismo....seja como for, caótico ou simplesmente (des)organizado, sabe bem acreditar e viver para comprovar que aquilo em que acreditamos, por vezes é real.